Falta a boa vontade

Essa semana tive uma conversa com algumas amigas, e falavamos sobre educação.
Apesar de não ter surgido nenhuma notícia para levantar discursões polêmicas
Brasil afora, senti uma vontade de levantar uma discursão sobre o atual momento da educação pública no Brasil.
Há anos a escola pública brasileira tem sido simplismente catastrófica. Sei disso através de dados, na prática, pois já sofri na pele, e já conversei com estudantes da rede pública.
Como um país emergente, que quer aproveitar o bom momento para encostar nos desenvolvidos, o Brasil tem que abrir o olho para educação, que como quase ninguém duvida, é a base do desenvolvimento. Como muitas boas coisas vêem sendo feitas por parte do governo, começando pela nomeação do Ministro da educação Fernando Haddad, que é um mestre no assunto, inteligente, e bem intencionado, os resultados estão aparecendo. Os níveis do indeb 2007 chegou a 4,2 para o ensino fundamental, nota que superou as metas de crescimento para o ano.
Apesar do crescimento, sabemos que ainda falta muito para chegarmos na nota 6,0, nível médio nos países desenvolvidos, como também sabemos que mudanças em educação só acontece em longo prazo, segundo os especialistas.
Saindo da parte dos números e estatísticas e observando a prática, me vejo contrariado. Isso por que é concreto e visível a desorganização na educação, onde muitas vezes parece até brincadeira, e vou explicar agora para vocês.
Vou usar como exemplo um colégio público da minha cidade, o Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães, o Colégio Modelo (de modelo só a edificação e o nome mesmo), onde já estudei, apenas um ano, e estudam alguns amigos meus.
Esse colégio é de ensino médio, e todos sabemos que hoje o ensino médio é uma fase preparatória para o vestibular. Para um bom rendimento no vestibular, como em qualquer exame seletivo, é necessário que o vestibulando tenha visto ao máximo os assuntos exigidos na prova, e isso, a simples prática de passar os assuntos para os estudantes, mesmo que com qualidade inferior a de particulares, NÃO vem sendo feito.
Pelo que já vi, acho que o que é passado na escola pública não chega a 20% dos assuntos que são passados na particular. Mas porquê isso? os professores nao são pagos para dar 200 dias letivos/ano, e 5 horas aula/dia por turno? Por que não fazem isso? Para termos sucesso nas escolas públicas bastava cada professor pegar um livro com os assuntos da série a ser lecionada, e colocar como meta dar o máximo de assuntos, como eles fazem nas particulares, pois a maioria(no colégio que tomei como exemplo) é professor de pública e particular ao mesmo tempo, mas, com determinações diferenciadas entre as escolas.
O que me deixa mais indignado é que parece que falta a boa vontade dos professores, eles faltam aulas e não repõem, enrolam assuntos fúteis em várias aulas. Desse geito se chegar a 20% é muito ainda!
O que eles deviam fazer?
Por exemplo, se sou um professor de física, na escola particular tenho 4 aulas semanais, e na pública tenho 3, então meu dever eh passar no mínimo 75% do que passo na partucular, mesmo que tenha que afrouxar um pouco na prova (se receber ordens de cima), eu tenho que passar o máximo pelo menos para o aluno queira realmente aprender alguma coisa, e deixá-lo um pouco mais preparado para a impiedosa prova do vestibular.
Mas o que ocorre é o contrario, em vez de o professor impor um rítmo mais rápido ao aluno, o aluno que impõe um rítmo a ele, e como ele nao tem nada a perder, não está "nem aí".
Isso tá na cara, todo mundo sabe disso, mas porque não fazer??? Por que não fazem um decreto que garanta ao aluno de ver o que ele realmente tem direito na escola? Por que não se proíbe projetos "culturais" que "cozinham" varias unidades deixando o verdadeiro conteúdo escolar em segundo plano?( nada contra projetos, mas contra exageros) projetos esses que dão nota acima da média aos alunos por fazerem uma dança, ou recitar uma poesia. Será que na prova de vestibular se eles começarem a dançar vão ser aprovados?
Eu sei que educação envolve um monte de coisas que faltam na escola pública, mas dar o conteúdo básico é a pricipal, e é simples, basta querer, basta deixar de hipocrisia(sobre projetos "culturais" que tomam 40% do ano letivo), basta ter Boa Vontade!!
E se todo mundo simplificar a escola, e dar conteúdo ao aluno, mesmo que com dificuldade, teremos em poucos anos condições não falarmos mais em cotas e coisas do tipo se a intenção for sempre das melhores.